domingo, 23 de março de 2008

A pior das distâncias


“Do tempo que transforma todo amor em quase nada”... Esse trecho de “Detalhes”, composta por Roberto e Erasmo, retrata bem o que acontece em nossas vidas com uma freqüência maior do que devia. Não é raro você se distanciar de uma paixão, de um parente ou de um amigo e quando o reencontra perceber que muita coisa mudou: as afinidades foram esquecidas, o coração não bate mais como antes.

Comecei a pensar nisso essa semana, ao reencontrar uma prima que vejo muito esporadicamente. Foi triste, ao abraçá-la, não sentir a mesma emoção que sentia há alguns anos e foi triste também perceber que já não temos mais tantos assuntos em comum. Fiquei lembrando o tempo em que eu, ela e outros primos ficavámos brincando no quintal em todos os nossos encontros, como dividimos as descobertas da adolescência, como éramos unidos.

Mas solução existe, ela quase sempre existe. E foi a certeza de que a cada novo encontro pode haver um recomeço que me devolveu um pouco o ânimo e me fez constatar: o vilão não é o tempo, o vilão somos nós.

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