sábado, 31 de maio de 2008

E Shakespeare salvou a noite

Eram 18h30 de uma sexta-feira chuvosa. O trânsito, mais caótico do que de costume, desanimava a pegar o ônibus e seguir para casa. Lembrei que era o último fim de semana da peça “Otelo”, de William Shakespeare, dirigida e protagonizada por Diogo Vilela, em cartaz no Teatro Sesc Ginástico. Como estava a poucos metros do lugar, resolvi conferir o espetáculo.
Ótima escolha! Quando sai o engarrafamento já tinha acabo e o único tumulto eram os pensamentos em minha cabeça. Apesar de algumas pessoas acharem graça em trechos do espetáculo, que durou mais de três horas, para mim foi um soco no estômago. Mouro Otelo (Luciano Quirino) é casado e apaixonado pela sua esposa, Desdêmona (Marcella Rica) e conta sempre com a “lealdade” de Iago (Diogo Vilela). Chega a hora de Otelo nomear seu novo tenente. Iago é o escolhido, você pensou? Não! E é justamente aí que todo a maldade de Iago começa a operar. Mentiras e manipulações são as armas usadas para se vingar. E ele consegue.
A atuação dos atores pode ser questionada, mas o texto..nossa, o texto é muito bom. Shakespeare arrebenta! Mesmo escrito há séculos, é hiper atual. A forma como é abordado os valores e sentimentos humanos é muito real. Por isso o susto, apesar de sabermos que tudo que foi mostrado na peça acontece todos os dias a nossa volta.
Não vou contar como termina a história, mas adianto que não tem final feliz. Mas sugiro que leiam o livro. E também que tenham mais cuidado ao definir quem são seus amigos. Pois a inveja e a maldade podem estar escondidas atrás de um lindo sorriso.

Nenhum comentário: